quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Como funciona nosso corpo: a digestão


Saco vazio não para em pé. Todo mundo já ouviu isso um dia. E como somos um saco de células (ãhn?), precisamos dar à elas o que comer. Os alimentos que ingerimos dão às nossas células os nutrientes necessários para que elas tenham energia para trabalhar. Só assim poderemos parar em pé.

Basicamente, tudo o que comemos é composto de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. E cada pedaço de comida tem que ser dividido em pequenos pedaços para poderem ser absorvidos pelo organismo. É por isso que levamos horas para fazer a digestão.



O nosso sistema digestivo - que hoje é chamado de sistema digestório - nada mais é do que um grande tubo que atravessa nosso corpo, começando na boca e terminando no ânus. Esse tubo é obviamente também formado por inúmeras células especializadas. Para cada local do tubo digestivo há uma especialidade diferente de célula, responsável pelas diferentes funções necessárias para a digestão, como processamento dos alimentos, transporte, absorção de nutrientes, até a excreção do que não presta.



Além desse tubo, para uma boa digestão é necessário que os alimentos sejam processados por substâncias químicas para que sejam melhor absorvidos. Essas substâncias são produzidas em órgãos do nosso corpo que podem ser chamados de glândulas anexas do sistema digestório. São eles: glândulas salivares, fígado e pâncreas.

Mas... Como funciona tudo isso??


Tudo começa antes mesmo de o garfo chegar na boca.

Por que vocês acham que dizemos que um prato de comida bem elaborado abre o apetite? Por que vocês acham que dizemos que aquele cheirinho bom de comida nos dá água na boca? Porque é verdade!

Quando vemos - ou só imaginamos - um prato de comida bonito e colorido ou quando sentimos o cheiro da comida à nossa frente nossas glândulas salivares começam a funcionar e preparar nossa boca para receber o alimento.

Acho que deu pra perceber que as glândulas salivares produzem a famosa saliva, que é jogada diretamente na nossa boca. A saliva é importante porque ela contém uma substância (a amilase) que ajuda a processar os alimentos formados de carboidratos (os amidos e os açúcares). Mais da metade dos carboidratos que ingerimos já são quebrados pela amilase. Então, quando mandamos aquela garfada pra dentro e mastigamos, o alimento vai sendo triturado e misturado com a saliva, que já começa a digerir os carboidratos além de umedecer aquele "bolo" para podermos engolir. Veja a importância da sua mastigação sem pressa!





Quando engolimos, o bolo alimentar é transportado até o estômago através do esôfago. O esôfago é como se fosse um corredor que liga dois cômodos: a boca e o estômago. Mas, além de dar passagem ao alimento, ele também dá uma mãozinha para a comida se locomover e não entalar. A parede do esôfago é formada por músculos que vão se movendo de forma rítmica e empurrando a comida para o estômago. São os movimentos peristálticos, ou peristaltismo. Normalmente nós não sentimos esses movimentos.

Esquema mostrando os movimentos peristálticos no esôfago

No estômago, como em um liquidificador, o alimento será movimentado e misturado com ácido e outras substâncias químicas para que continue sendo digerido. Uma dessas substâncias é chamada pepsina e serve para digerir as proteínas.

O meio ácido é importante pois algumas substâncias que auxiliam na digestão só funcionam em meio à acidez. A parede do estômago é preparada para suportar essa quantidade fisiológica (normal) de ácido sem ser machucada. Mas a parede do esôfago, não. Por isso, entre o esôfago e o estômago existe uma válvula que garante que o alimento que caiu no estômago não suba de volta para o esôfago, trazendo o ácido junto. Quando há algum defeito nessa válvula ocorre o refluxo gastro-esofágico.

Esquema mostrando a válvula entre o esôfago e o estômago

Uma outra válvula, no final do estômago, regula quando esse alimento já está pronto para seguir em frente. Ao sair desse grande liquidificador que é o estômago, a nossa comida já se transformou em um líquido espesso (chamado agora de quimo) e grande parte dos carboidratos e proteínas já estão quebrados em moléculas menores, prontas para serem absorvidas pelas nossas células.

A absorção desses pequenos nutrientes, assim como o processamento das gorduras, acontecerá nessa próxima etapa: no intestino delgado.



Na primeira parte do intestino delgado, no duodeno, o quimo recebe substâncias vindas do fígado e do pâncreas para ajudar no processamento.

O fígado produz a também famosa bile, que divide a gordura em pequenas gotas, para facilitar o seu processamento. A bile é armazenada na vesícula biliar . Vejam: a vesícula é apenas um depósito para a bile extra! Sendo assim, quem teve a vesícula biliar removida continua a produzir a bile (no fígado, como todos nós!!), só que deve evitar comer muita gordura pois não terá mais o reservatório extra de bile. Entendido?

O pâncreas produz substâncias que ajudam a digerir as proteínas, gorduras e carboidratos. Ele também faz uma substância que neutraliza o ácido do estômago, para que o quimo possa seguir em frente sem machucar a parede do intestino.

A parede do intestino delgado contém inúmeras células cuja especialidade é absorver esses pequenos nutrientes processados. Essas células encaminham os nutrientes absorvidos para os vasos sanguíneos, que são as estradas do nosso corpo e transportam os nutrientes para todas as células, até as mais distantes. Parte desses nutrientes absorvidos são levado diretamente ao fígado para serem transformados em outras substâncias importantes para o corpo ou então estocados.

Esquema mostrando a parede do intestino delgado, com suas microscópicas dobrinhas, revestidas por células especializadas em absorção, que encminham os nutrientes aos vasos sanguíneos


Do intestino delgado, tudo o que não foi absorvido, mais a água (lembrem, nós também tomamos água!), viajam para o intestino grosso. Nessa transição de intestinos também existe mais uma válvula que impede que o quimo faça o caminho de volta. Nessa fase, o trabalho de absorver os nutrientes está quase terminado. Algumas bactérias amigas que moram na parede desse intestino ajudam a finalizar esse serviço.

A principal função do intestino grosso é absorver a água, nos hidratando. Feito isso, tudo o que tinha de bom em nosso prato de comida já foi processado e absorvido. Concluímos então que, a esse ponto, o que sobrou de tudo que ingerimos não terá utilidade para o nosso organismo e poderá ser eliminado. Está formado o cocô.

Essas excretas (o cocô) são então armazenadas no reto, que fica no final do intestino grosso, e podem ser eliminadas pelo ânus, a outra ponta do tubo digestivo.



Vários fatores podem atrapalhar a nossa digestão, desencadeando doenças nas diversas partes desse sistema. Falaremos dos problemas mais frequentes mais para frente (se tiver dúvida, envie perguntas através dos comentários).

Mas, de um modo geral, se conseguirmos manter uma alimentação balanceada (com carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais), sem excessos, e ingerirmos bastante água, estaremos ajudando nosso processo digestivo e, consequentemente, adquirindo energia para nos mantermos em pé!

Regra básica para uma boa digestão: evite os excessos!


Vídeos sugeridos para visualizar tudo o que foi explicado aqui:

Sistema digestório I
Sistema digestório II
Sistema digestório III


4 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...